futuro dom trabalho
GILBERTO DUPAS
A classe trabalhadora no século XXI, em plena era da globalização, e mais fragmentada, mais heterogênea e ainda mais diversificada. Pode-se constatar, neste processo, uma perda significativa de direitos e de sentidos, em sintonia com o caráter destrutivo do capital vigente. O sistema de metabolismo, sob controle do capital, tornou o trabalho ainda mais preconizado, por meio das formas de subemprego, desempregado, intensificando os níveis de exploração para aqueles que trabalham. Esse processo e bastante distinto, entretanto, das teses que propugnam o fim do trabalho. Este texto explora alguns dos significados e das dimensões das mudanças que vem ocorrendo no mercando de trabalho.
No final do século XX tende a surgir uma nova estrutura de organização do trabalho em escala mundial. A tomada, em âmbito global, de todos os níveis de relação pelo movimento do capital faz com que o mundo do trabalho se interligue em todo o planeta. Novas formas de organização do trabalho, unidas às precarizações e desestruturações da classe que vive da venda de sua mão de obra ao capital, fazem com que tal globalização reitere uma diferente e única estrutura mundial. Longe de a classe que vive do trabalho sumir, aparecem formas de trabalho que abarcam, a partir do enxugamento do modelo produtivo em vista de um mais eficiente, compondo-se pelos trabalhos de meio expediente, as terceirizações, o alavanca mento do terceiro setor, flexibilização do horário e dos modos de trabalho, em suma, novos modos de o capital fazer-se crescer a si próprio, sempre em movimento ascendente.
Desse modo, o trabalho já não está mais centrado totalmente no proletariado industrial. Antes, mesmo que ainda ele seja o nervo central, a organização do trabalho se amplia e, para abarcá-la, faz-se necessário, também, uma ampliação do conceito. Para entender como se configura a classe trabalhadora nesse processo, Ricardo Antunes e Giovanni Alves colocam da seguinte forma: