futebol
Como conteúdo da Educação Física a ser trabalhado na escola, o futebol tal como é concebido hoje deverá se apresentar como uma prática comprometida que leve o aluno a pensar a sua ação de maneira crítica, autônoma, reflexiva e condizente com sua realidade, uma vez que o movimento que a criança realiza num jogo tem repercussões sobre várias dimensões do seu comportamento. Sendo assim, a prática do futebol na escola deve segundo Freire (1998), no mínimo aproximar-se do nível de competência pedagógica da rua. Tarefa que exige, segundo o autor, trazer a cultura futebolística brasileira para dentro da escola. E como a escola não é a rua, é claro que isso só pode ser feito com diversas adaptações. Ainda de acordo com o mesmo autor, a pedagogia da rua é suscetível tanto às coisas boas quanto às coisas ruins; sendo assim, as coisas ruins não deveriam ser repetidas na escola.
No futebol não basta a repetição de gestos estereotipados, com vistas a automatizá-los e reproduzi-los. É necessário que o aluno se aproprie do processo de construção de conhecimentos relativos ao corpo e ao movimento e construa uma possibilidade autônoma de utilização de seu potencial gestual. Isso significa dizer que o processo de ensino e aprendizagem do futebol na Educação Física Escolar, não se restringe ao simples exercício de certas habilidades e destrezas, mas sim de capacitar o indivíduo a refletir sobre suas possibilidades corporais e, com autonomia, exercê-las de maneira social e culturalmente significativa e adequada.