Futebol e Ditadura. Utilização do futebol pelo regime - Médici e a Copa de 1970.
O futebol é o esporte mais popular não só do Brasil, mas em todo o planeta e ter o melhor futebol do mundo virou uma obsessão brasileira. A Copa de 1950 realizada no Brasil representou esse sonho, porém, em virtude do resultado final acabou deixando um trauma que demorou bastante para ser sanado.
Em 1970, o Brasil formou o time que é considerado até hoje, “a melhor seleção de todos os tempos”, em meio a essa euforia, a Ditadura Militar transformaria cada jogo, cada vitória da seleção em sintoma das nossas imensas possibilidades. Em uma forma de legitimação do regime.
O governo de Médici foi marcado principalmente pela repressão e o futebol tornou-se um importante instrumento para legitimar as opções ideológicas da ditadura então vigente. Essa associação ganhou tal magnitude que chegou ao ponto da oposição considerar que “torcer” para a seleção brasileira significaria o mesmo que apoiar o regime ditatorial, associação, diga-se de passagem, também realizada pelos próprios militares.
Tal ligação se tornou ainda mais forte com a posse de Emílio Garratazu Médici, que era torcedor do Grêmio e um grande admirador do Flamengo, enfim, um apaixonado pelo futebol que chegava ao ponto de interromper reuniões ministeriais simplesmente para saber os resultados dos jogos.
O futebol e a política caracterizam pela sua valorização cultural e popularidade nacional, características essas que foram decisivas para o regime usar o futebol com o intuito de fortalecer o regime. A interferência militar foi aplicada num contexto geral, inclusive no setor esportivo. O sonho do tricampeonato que acabou ocorrendo na Copa de 1970, sua conquista era importante para o regime com intuito de legitimação do regime em curso e à base para o desvio político e crítico da sociedade.
No período do Médici, o governo também ficou marcado pelas propagandas da seleção brasileira, que se propagavam através da marchinha “Pra frente Brasil”, tocadas em todos os eventos