Fusão tecnológica
N. 05 - Julho-Dezembro/2007
Ecstasy em Porto Alegre: a relação entre o perfil do usuário e o modelo “médico-sanitário-jurídico”
Rafael Machado Madeira – Professor de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito do Centro Universitário Ritter dos Reis. Formado em Ciências Sociais e com Mestrado e Doutorado em Ciência Política pela Universideda Federal do Rio Grande do Sul.
E-mail: madeirar@bol.com.br
Bárbara Sordi Stock – Advogada. Graduação em Direito pelo Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter). Mestrado em Ciências Criminais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS).
E-mail: barbara_stock@uniritter.edu.br
Resumo: O presente artigo visa a analisar o impacto que o perfil socioeconômico de usuários de ecstasy e o universo social a que a droga está associada têm na produção de discurso sobre este “sujeito-consumidor”. É possível identificar uma diferença no discurso acerca de usuários de substâncias ilícitas em geral e de usuários de ecstasy? O universo de análise é o município de Porto Alegre e os dados acerca do perfil dos usuários desta droga ilícita foram compilados em pesquisa de dados secundários (mídia escrita). Embora ainda em uma fase inicial, o estudo aponta para uma profícua problematização da relação entre Estado, judiciário e mídia na produção de identidades. Chama a atenção também para o fato de que o perfil socioeconômico joga papel relevante enquanto espécie de “agente neutralizador” na atribuição
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Ecstasy em Porto Alegre: a relação entre o perfil do usuário e o modelo “médico-sanitário-jurídico” - Rafa
do estigma de “drogado” aos consumidores de ecstasy.
Sumário: 1. Introdução 2. Medicina e a criação do monopólio do uso legítimo das drogas 3. O ecstasy é uma droga como as demais? O impacto do perfil do usuário e do local de consumo na produção do imaginário coletivo