Função e evolução do intelecto primata
A hipótese da “Inteligência Tecnológica”
Durante muito tempo foi aceita essa hipótese, o que se tornou até uma idéia do senso comum: Forçado a trocar seu ambiente de origem pela savana, com a retração das florestas, o hominídeo ancestral teve de disputar recursos com os grandes carnívoros que habitavam as savanas do pliopleistoceno (hienas, canídeos, felinos como os gatos-dente-de-sabre). Desprovido das adaptações anatômicas dos competidores, como garras, presas e bicos, mas gozando dos benefícios do bipedalismo que lhe liberou as mãos, ele desenvolveu ferramentas para obter, processar e defender seu alimento. Nestas condições, o valor adaptativo de capacidades que favorecessem o avanço tecnológico teria sido tal que estas tornar-se-iam a mola-mestra da evolução humana. Washburn (1960) também cita “A estrutura do homem moderno tem de ser o resultado (...) da seleção natural decorrente do modo de vida baseado no uso de ferramentas”. Wynn (1988) comparou as histórias paralelas da encefalização e da evolução das tecnologias dos hominídeos e concluiu que os períodos de rápido avanço técnico não estavam significativamente associados a períodos do aumento do coeficiente de encefalização. Nota-se no surgimento dos primeiros representantes do gênero Homo cérebros ainda maiores e de forma mais semelhante à dos humanos modernos, porém, suas ferramentas não tiveram uma progressão significativa. Tomando por base essa hipótese, o cérebro deveria se desenvolver mais e aumentar de tamanho devido a sua necessidade e avanço tecnológico. Vemos um progresso maior na tecnologia apenas com o Homo erectus, que já tinham o cérebro de um tamanho próximo ao dos primeiros Homo sapiens. Sendo assim é possível que o avanço tecnológico seja o resultado do desenvolvimento cerebral, e não o fator responsável por esse desenvolvimento.
A hipótese do Forrageamento
Um animal folívoro não tem problemas para encontrar alimento, em