Função da filosofia
Portanto: o real é estável e, por isso mesmo, é ponto de apoio para a vida do homem. Esta é a primeira contribuição da filosofia grega ao reconhecimento da dignidade humana.
A filosofia exime o homem do “império do tempo”, da sujeição aos fatos e ao fugaz. Um império que tem lugar, sem dúvida alguma, em muitas dimensões de sua vida. Mas o homem não se conforma com o que é fugitivo; não lhe satisfaz que as coisas não permaneçam. Não só por fluírem, senão que por vezes são favoráveis e em outras desfavoráveis, às vezes correm bem, às vezes mal... Esta instabilidade da realidade na sua correspondência com o homem é a raiz da precariedade de sua vida.
Por isso os gregos chamavam o homem de “o efêmero”. É efêmero porque a sua existência é submetida a muitos avatares e, além disso, porque seu começo e fim permanecem separados por um tempo que flui; por isso nasce e morre. A filosofia diz que nem tudo é desta forma, ela não exclui que no homem haja muito de precário, nem que não esteja submetido ao tempo. Mas destina também para o homem o que é superior a este império, o estritamente extra temporal. Definitivamente, repito,