Fundamentos e Instituição de Clusters e Redes de Negócios
Depois de apresentar e comprovar a existência de clusters e redes de negócios, o desafio agora é de formar uma base conceitual ao que até pouco tempo não era nem mesmo reconhecido. E a dificuldade começou com a falta de teorias sobre tal assunto, impossibilitando, inclusive, criar respostas para perguntas que eram indispensáveis ao entendimento, o que levou a uma espera pela chegada de mais fatos sobre esses agrupamentos.
O sucesso dos clusters era tão notável que despertou uma enorme quantidade de interessados, o que alavancou uma pesquisa de Porter realizada no final da década de 80. Essa pesquisa mostrou que, na verdade, a competitividade vinha de cidades e não dos países, como era pensado. Mesmo sem ter ainda uma boa base teórica, “começou uma busca pelo ouro”, onde a criatividade era a principal ferramenta para se criar os agrupamentos.
A partir da compreensão de que os clusters eram sistemas, um elemento que dificultava a teorização substancialmente era o envolvimento do homem no sistema de agrupamentos, por óbvias complexidades do ser humano. Com teorias de Hegel, verificou-se que existia um “espírito” no sistema, algo que existe no sistema, mas não está em nenhuma de suas partes isoladamente.
Chega-se, então, num consenso de que, dentre outros, o pensamento estratégico era o que tangia os clusters e redes. Prática e pesquisa mostram que devemos considerar um conjunto de fundamentos, e não somente um ou outro elemento específico. Isso sinaliza seus efeitos, porém a conceituação exige uma estrutura do entendimento da dinâmica ocorrida nesses sistemas.
Cap. 3 – Auto-Organização e Governança Supra-Empresarial
Como já apurado, clusters e redes não são como empresas. Não possuem organograma demonstrando cargos e responsabilidades, muito menos distinção de departamentos. Apenas existem as partes (empresas) que interagem dentro de um sistema. Essa interação resulta em algo que excede o alcance das