fundamentos do restauro
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Fundamentação teórica do Restauro
CARTAS DO RESTAURO
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Traduzido do original em italiano, em «http://maxpages.com/achille32», por António de Borja Araújo, eng.º civil, IST
15 de Março de 2003
CARTAS DO RESTAURO
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Teoria e soluções para o restauro da pedra, dos monumentos e arqueológico
A obra de arte é um produto especial da actividade humana, e é assim por um reconhecimento individual que provém da consciência, e só depois desse reconhecimento se distingue de uma forma definitiva relativamente à vulgaridade dos seus outros produtos. Esta é a característica peculiar da obra de arte já que não se determina pela sua essência, mas enquanto faz parte do mundo da vida, e também do raio da experiência individual.
O restauro constitui o momento metodológico do reconhecimento da obra de arte na sua consistência física e na dupla polaridade estético-histórica, tendo em vista a sua transmissão ao futuro.
(Cesare Brandi)
Os fundamentos teóricos do restauro
Entende-se geralmente por restauro qualquer actividade desenvolvida para se prolongar a conservação dos meios físicos a que está atribuída a consistência e a transmissão da imagem artística, e também se pode aplicar este conceito para nele se compreender a reintegração, tanto quanto possível aproximativa, de uma imagem artística mutilada.
Estes dois pólos, de que um confina o restauro à mera conservação, e o outro o pode levar até à usurpação dos privilégios da criação artística, caracterizam as atitudes discordantes que se adoptaram e ainda se adoptam relativamente ao restauro.
Desta inegável e fundamental ambiguidade nascem então, muito mais do que dos procedimentos erróneos e dos materiais infelizes, as maleitas que se imputam ao restauro e aos restauradores, e nascem também as estéreis polémicas que inutilmente tentaram impor uma destas concepções em detrimento da outra. Pelo que, em definitivo, se deve reconhecer,