Fundamentos da economia
A maior comercializadora chinesa de soja, o grupo Sunrise, irá cancelar a compra de quase 2 milhões de toneladas do produto devido ao atraso provocado pela falta de infraestrutura no Brasil.
Gargalos logísticos fazem soja estragar em Mato Grosso
Colheita de soja avança no país e aumenta pressão nos portos
Segundo Shao Guori, apenas dois de 12 navios previstos para chegar com a mercadoria na China entre janeiro e fevereiro haviam desembarcado no país asiático.
A empresa pretende cancelar os outros que ainda não chegaram. "Nós não recebemos estas cargas. É um default [descumprimento do contrato] por parte do fornecedor não embarcar no prazo", afirma Shao.
O gargalo logístico tem ficado ainda mais evidente neste ano de safra recorde de grãos no país. A falta de infraestrutura criou uma fila permanente de caminhões na entrada do porto de Santos.
Fila no Porto
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Caminhoneiros aguardam ao lado do porto de Santos para descarregar carga de soja
No Mato Grosso, produtores relatam perda da soja no pé por falta de transporte. "Os caminhoneiros vêm à região para puxar a soja, mas a situação das estradas é tão ruim que eles não querem retornar. Tem muita soja que está no pé e está sendo perdida por falta de transporte", diz o produtor rural da região Gabriel Jacinto.
Os caminhoneiros que fazem a rota Centro-Oeste/Santos estavam levando nove dias para completar o trajeto de 2.200 km que deveria ser feito em seis dias.
"Os portos estão trabalhando acima de sua capacidade operacional, fato que tem atrasado o descarregamento dos grãos e ocasionando, consequentemente, elevações nos custos de transporte", destacou a consultoria Clarivi.
Além da grande safra, que está no pico da colheita, a grande movimentação no porto reflete o problema de falta de armazenagem de grãos no país.
Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o Brasil tem capacidade para estocar 148