fundamentalismo
Camila Maciel
Sarah Biondo
A Educação Especial de Surdos e a Inclusão de Alunos Surdos em Escolas da Rede Regular têm sido, atualmente, temas frequentemente abordados não só no âmbito da educação, mas também no que se refere à abordagem clínico-terapêutica sobre os indivíduos que não possuem ou possuem pouca audição e à temática sócio-cultural que envolve a surdez. Com a compreensão de que a surdez é uma diferença cultural que possui sua própria língua gestual-visual e que o surdo possui sua forma de aprender e de entender o mundo diferente da forma ouvinte, Kyle (1999) defende a idéia de que toda criança surda deveria ter uma educação bilíngue. Para o autor, o desenvolvimento escolar dos surdos só ocorrerá de forma efetiva se a língua de sinais, que no Brasil é a LIBRAS, for aceita como primeira língua ou língua materna; na filosofia educacional bilíngue aplicada à Educação de Surdos, foco do presente trabalho, a língua falada no país é ensinada como segunda língua na modalidade escrita e, caso o aluno quiser, na modalidade oral (JOKINEN, 1999) O Bilinguismo (num sentido escrito) é uma proposta de ensino usada por escolas que se propõem a tornar acessível à criança duas línguas no contexto escolar. Os estudos têm apontado para essa proposta como sendo mais adequada para o ensino de crianças surdas, tendo em vista que se considera a língua de sinais como língua natural e parte desse pressuposto para o ensino da língua escrita. No entanto, o reconhecimento dos surdos enquanto pessoas surdas e da sua comunidade linguística estão inseridos dentro de um conceito mais geral de bilinguismo. Esse conceito mais geral de bilinguismo é determinado pela situação sócio-cultural da comunidade surda como parte do processo educacional. O fato de serem pressupostas duas línguas no processo educacional da pessoa surda, a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, está inserido num processo educacional. Bilinguismo para surdos atravessa a