fundamentalismo
O contexto de terrorismo e de guerra que estamos vivendo no princípio do século XXI faz circular como moeda corrente o termo fundamentalismo. Esta palavra se tornou chave explicativa e interpretativa de ações terroristas que ocorrem em diferentes regiões do mundo, especialmente naquelas onde predomina o islamismo.
Acusa-se o fundamentalismo islâmico de ser o principal responsável pela terça-feira triste de 11 de setembro de 2001, com o nefasto atentado aos ícones do poder norte-americano e da cultura capitalista dominante em Washington e em Nova York: o Pentágono e as duas Torres Gêmeas.
Ouviram-se, do lado dos muçulmanos, discursos com todas as características do fundamentalismo. Discursos estes revidados pelas autoridades civis e militares norte-americanas e, especialmente, pelo Presidente George W. Bush, com igual fundamentalismo.
Inauguramos uma guerra de fundamentalismos?
Na verdade, o termo fundamentalismo tornou-se palavra de acusação. Fundamentalista é sempre o outro. Para si mesmo prefere-se o termo "radicalismo", seja religioso, seja político, seja econômico. Com isso a intenção é dizer que se procura ir às raízes das questões para compreendê-las e, a partir daí, atacá-las, o que seria altamente positivo. Paulo Freire nos ensinou a distinguir entre radicalismo - processo de ir à raiz das questões - e sectarismo, que é a inflação de um setor da realidade ou de um aspecto da compreensão em detrimento do todo.
Mas não sejamos ingênuos. Os fundamentalismos estão aí com grande ferocidade. Não podem se esconder atrás de belas expressões. Tentemos, pois, esclarecer o que seja fundamentalismo, sua relação com o processo de globalização vigente e o risco que representa para a pacífica convivência humana e para o futuro da humanidade.
O fundamentalismo político de Bush e de Bin Laden
Nos dias atuais, assistimos, estarrecidos, a dois tipos de fundamentalismo político. Um