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Em geral existe a ideia de que a África está presa num ciclo infindável de conflitos étnicos. Entre os factores que parecem confirmar esta ideia estão os genocídios no Ruanda, em Darfur, no norte da Nigéria e na Costa do Marfim, bem como a violência que se seguiu às controversas eleições no Quénia.
Dado que os ressentimentos se acumulam e continuam a ser definidos a nível de grupo, e não a nível individual, não se vê um fim à motivação para exercer represálias. Por outro lado, não é fácil resolver o problema da inércia que se faz sentir desde há séculos e que está subjacente a estas animosidades. Parece daqui deduzir-se que a complicada diversidade étnica de África torna o continente para sempre vulnerável a conflitos devastadores e mortíferos. Por sua vez,
Resumo de seguRança de ÁfRica
Interpretação Errónea dos Conflitos
Étnicos em África
Por Clement mweyang aaPengnuo
U m a pUb l i c a ç ã o d o ce n t r o d e es tUd o s es t r at é g i c o s d e Á f r i c a
◆ A etnicidade não é normalmente a causa principal dos conflitos em África mas antes um meio utilizado pelos líderes políticos para mobilizar os seus apoiantes em busca de poder, riqueza e recursos.
◆ O reconhecimento de que a etnicidade é um instrumento, e não a motivação, dos conflitos intergrupais deveria levar-nos a redireccionar os esforços de mitigação dos conflitos, concentrando-os nos factores políticos que os desencadeam.
◆A lógica e a mobilização étnicas resultam normalmente do acesso não equitativo ao poder e aos recursos, e não do ódio intrínseco.
◆ A médio e a longo prazo a neutralização do potencial de manipulação do factor étnico para fins políticos exige uma estratégia de educação cívica sistemática que ajude na construção de uma identidade nacional comum, a qual ainda não existe em muitos países africanos.
D e s t a q u e s no . 4 / ap r i l 2 0 1 0 esta situação diminui as possibilidades de progresso económico sustentado e de democratização.