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O início dos estudos sobre a obsessiva neurose: um olhar nos rascunhos e cartas de Freud no período pré-psicanalítico

As cartas de Freud a Fliess, segundo Sctrachey, “parecem ter uma significativa conexão com a história da psicanálise e a evolução dos pontos de vista de Freud" (1950/1996, p. 219). É ao longo das cartas a Fliess que o mestre vai desenvolvendo os seus primeiros apontamentos sobre as psiconeuroses; ou seja, sobre a histeria e a neurose obsessiva. Em relação às obsessões, é na carta nº 18 para Fliess que Freud (1894/1996) destaca os três mecanismos de transformação do afeto, entre os quais, a obsessão é tratada como um deslocamento do afeto.

Ainda sob a vigência da teoria traumática das neuroses, no rascunho K intitulado “As Neuroses de Defesa: um Conto de Fadas para o Natal”, Freud (1896/1996) afirma que a causa da neurose obsessiva é de natureza sexual e esta ocorreria anteriormente à maturidade sexual. Não acreditava que a hereditariedade determinasse a escolha de uma neurose defensiva especial. Assim, na neurose obsessiva, a idéia obsessiva seria fruto de uma conciliação: correto quanto ao afeto e categoria presente, no entanto falso devido ao deslocamento cronológico e à substituição por analogia.
Neste caso, Freud afirma que:

“o ego observa a obsessão como algo que lhe é estranho. Ocorre na neurose obsessiva uma luta defensiva do ego contra a obsessão, levando à produção de novos sintomas de defesa secundária. A idéia obsessiva é atacada pela lógica, embora sua força compulsiva fosse inabalável” (1894/1996, p. 306).

A relevância da defesa já era alvo de Freud desde os primórdios da psicanálise; já que o efeito da defesa sobre o impulso inconsciente produziria vários sintomas de natureza secundária; tais como as idéias obsessivas.

Freud retoma o efeito desta defesa em três artigos que considero fundamentais para as primeiras compreensões freudianas relacionadas à formação sintomática obsessiva.
O primeiro artigo seria As

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