Freud
2ª Teoria do Aparelho Psíquico A experiência da clínica fez com que Freud reformulasse a sua teoria relacionada ao psiquismo, já que o mesmo percebeu que o recalcamento não se expressava como uma censura que o paciente exercia de forma consciente sobre as suas pulsões. Freud percebeu que o recalcamento era uma barragem de regulação que operava sem que o sujeito tivesse consciência. Desta forma, o paciente que resiste, não sabe nem o porque nem como resiste. O empobrecimento das associações dos pacientes fez com que Freud percebesse que o recalcamento e os mecanismos de defesa do eu trabalham para o inconsciente. Assim, ele deduziu que o recalcamento é um gesto do eu inconsciente. Com isso, ele reconheceu o eu (ego), como sendo uma instância mista. O novo aparelho psíquico possui três instâncias o id, o ego, e o superego, sendo as duas últimas mistas, e a primeira inconsciente.
Em 1920, Freud definiu o inconsciente como uma qualidade atribuível a cada uma das instâncias do aparelho psíquico. Nessa reformulação, podemos afirmar que o id é a instância que mais se aproxima do inconsciente, pois apesar de está presente nas
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outras instâncias, é no id que fica o traço mais marcante do inconsciente, sendo o mais impessoal e heterogêneo. O id designa o que nos é mais íntimo e mais obscuro e primitivo, sendo uma força desconhecida. Apesar do id está mais associado ao inconsciente, é importante destacar as suas diferenças: 1. Além das representações inconscientes das coisas gravadas no psiquismo, está presente também no id as representações inatas da espécie humana. 2. O id é um grande reservatório da libido narcísica e objetal, oferecendo-as para que o ego e o superego alimentem suas ações. 3. O id é capaz de perceber as variações da tensão pulsional (autopercepção endopsíquica), sendo traduzidas na consciência em forma de sentimentos de prazer e desprazer.