Freud
Durante sua temporada em Paris, Freud aprendeu com Jean-Martin Charcot o uso da técnica da hipnose, o que possibilitou identificar uma ligação entre os sintomas dos distúrbios psicológicos e a mente dos pacientes. Quando voltou para Viena em 1886, Freud já carregava com ele as primeiras ideias que desembocariam na psicanálise.
Alguns meses após sua volta, Freud casou-se com Martha Bernays, filha de uma proeminente família judia. Ele também iniciou uma profunda amizade com o médico alemão Wilhelm Fliess, que teria um papel importante no desenvolvimento da psicanálise ao debater com Freud algumas de suas ideias mais polêmicas, como a crença na bissexualidade humana e na sexualidade na infância.
Nessa mesma época, outra importante parceria de Freud iniciou-se com o médico Josef Breuer. Breuer tinha alguns anos antes tratado uma paciente chamada Bertha Pappenheim, que ficou conhecida como “Anna O”. Ela sofria de um tipo de histeria e Breuer descobriu durante o tratamento que o simples ato de verbalização da paciente parecia trazer um alívio, o que o levou a acreditar que “a fala cura”. O primeiro trabalho escrito por Freud, “Estudos sobre a Histeria”, foi desenvolvido junto com Breuer e publicado em 1896.
Freud também abriu seu consultório em Viena, o mesmo em que permaneceria por cerca de meio século. Com sua experiência clínica e a partir do entendimento mais aprofundado da experiência de Breuer, Freud desenvolveu sua técnica de “livre associação”, na qual o paciente expressa qualquer tipo de pensamento ou sentimento que surge em sua cabeça, sem nenhum tipo de autocensura. A investigação dos sonhos foi outro campo de estudo que Freud investiu desde o começo e junto com a técnica da livre associação formariam as primeiras noções fundamentais da psicanálise.
A técnica da livre associação e as dificuldades encontradas em sua aplicação, como os silêncios repentinos, repetições de certos sons e vícios de