Frei Luis de Sousa ep. III
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O ato desenrola-se na parte baixa do palácio de D. João de Portugal, ou seja, na capela da Senhora da Piedade. É um casarão vasto sem ornato algum. Existem escadas, tocheiras, cruzes e outros objectos de igreja de uso conhecido. De um lado está um esquife, do outro uma grande cruz negra de tábua com toalha pendente. Mias para a cena está uma mesa e a um lado uma tocheira baixa com tocha acesa. Sobre a mesa está um castiçal de chumbo e um hábito de religioso domínico, túnica, escapulário, rosário, cinto etc… No fundo está uma porta que dá acesso aos restos dos baixos do palácio. É madrugada de 5 de agosto de 1599. As personagens que participam neste ato são: Maria de Noronha, Madalena de Vilhena, Manuel de Sousa Coutinho, Telmo Pais, Frei Jorge Coutinho e o Romeiro. Manuel de Sousa que até aqui nos pareceu um homem racional e decidido, apresenta-se agora emotivo e atormentado. Ele conversa com o seu irmão Jorge e exprime o seu atroz sofrimento que o atormenta, sobretudo em relação ao destino de Maria, não so pelo seu estado de saúde mas principalmente pela sua condição de filha ilegítima. Jorge procura consola-lo à luz da religião cristã. Manuel decide tomar o hábito, resolução que o seu irmão aprova. Apartir deste diálogo percebe-se que apenas Manuel e Jorge tem conhecimento da verdadeira identidade do Romeiro. Telmo entra em cena e informa os presentes que Maria despertou. Jorge dá algumas indicações a Telmo. Telmo segue as indicações de Jorge. É notório o conflito interior de Telmo entre o amor e fidelidade a D. João e o amor a Maria.
O Romeiro é trazido á presença de Telmo que ao ouvir a sua voz o reconhece imediatamente. Ao longo da conversa entre ambos, D. João tenta remediar o sofrimento causado pelo seu regresso e pede a Telmo para mentir, dizendo que “o peregrino é um impostor”. Do lado de fora ouve-se Madalena desesperada a chamar pelo marido, por momentos o Romeiro tem a ilusão de que ela o procura a ele. O romeiro sai de cena e