Frederick Taylor
Mal-amado e incompreendido
Nada foi capaz de detê-la. A originalidade do livro de Kanigel está na ênfase que dá a essa dimensão pouco notada das ideias de Taylor: elas partiram da fábrica, mas acabaram por condicionar obsessivamente a cultura do século.
A gestão científica de Frederick Taylor começou na fábrica, mas acabou por penetrar em todos os aspectos da vida e cultura do século xx. Apesar da rejeição que o taylorismo hoje inspira, o facto é que não conseguimos substituí-lo por algo melhor. Veja neste ensaio por que continua actual
No pós-guerra, os Japoneses devoraram os escritos de Taylor. Russos e Alemães adoptaram
Por: Clemente Nóbrega
aprender com Taylor: da Federal Express (entregas expresso) aos robots das linhas de
as suas ideias. Tudo o que tenha a ver com maximização de recursos no tempo tem algo a montagem informatizadas. No momento económico neoliberal-globalizado que estamos a viver,
A Viking Press lançou em Maio passado, nos Estados Unidos, um livro que está cotado para o
Prémio Pulitzer, a maior distinção literária americana: The One Best Way: Frederick Winslow
Taylor and the Enigma of Efficiency, de Robert Kanigel. Trata-se de uma biografia de Frederick
Taylor, o primeiro especialista americano em racionalização e eficiência no trabalho.
Taylor continua actual.
Taylor propôs a criação de uma "ciência da administração". Observando o que ocorria na fábrica do início do século — aquele ambiente chapliniano de Tempos Modernos —, ele teve o discernimento decisivo: é possível aplicar conhecimento ao trabalho. É possível optimizar a
O que haveria de tão especial com um ideário de administração do início do século? É que,
produção descobrindo e prescrevendo a maneira certa de se fazer as coisas, "the one best
sendo o primeiro "manifesto revolucionário" sobre o redesenho de processos de trabalho
way", para atingir o máximo em eficiência. Pode parecer banal, mas revelou-se explosivamente