Fraude no preenchimento de vagas na UNIR deve ser investigada
Depois dos escândalos que culminaram na mobilização popular pela cassação do então reitor Januário Amaral, a Universidade Federal de Rondônia (UNIR) mais uma vez deve ocupar espaço nas páginas policiais. Uma fraude na elaboração e publicação de editais dos chamados "vestibulinhos" para vagas remanescentes em diversos cursos, inclusive medicina, vem sendo objeto de denúncias contra a atual administração da Diretoria de Registro e Controle Acadêmico (Dirca).
Segundo afirmam os denunciantes, as vagas não seriam verdadeiramente remanescentes, mas reservadas dolosamente para preenchimento por alunos oriundos de faculdades particulares, em detrimento dos candidatos que, conforme a ordem de classificação com base no ENEM, teriam, estes sim, o direito de serem chamados a preenchê-las.
A manipulação do processo de preenchimento de vagas na universidade pública com fins de destiná-las a alunos de faculdades particulares com péssimo desempenho no ENEM ocorre em detrimento dos que viram noites estudando para alcançar um bom desempenho no exame e, por diferença de poucos pontos, não conseguem se enquadrar no número de vagas dos cursos, mas fazem jus a serem convocados nas chamadas suplementares.
Uma outra linha de investigação que vem sendo adotada visa a levantar qual seria a forma de operação do esquema. Se o que está ocorrendo é mera inobservância do princípio da impessoalidade ou se as pessoas responsáveis pela montagem e gerenciamento do esquema estariam trocando os favores por alguma espécie de remuneração. Nesse caso, faria sentido uma tabela que teria sido compartilhada em mensagem pela internet interceptada pelas autoridades que investigam o caso.
Pela tabela, as vagas têm seu preço variando conforme o curso, a área e o campus. As vagas mais caras seriam para os cursos de medicina, seguida pelo de direito, em Porto Velho. No interior as vagas com maior preço são de direito em Cacoal e de engenharia de