Franisco weffort - o populismo na política brasileira

Francisco Weffort define no texto como o populismo se desenvolve e se comporta ao longo dos anos na política brasileira, desde a revolução de 30 principalmente. De início, o autor define o populismo como movimento atrelado ao autoritarismo, tendo em vista que serve para "suavizar" suas ações e também para oferecer maior controle sobre as massas. Evidencia posteriormente que o populismo teve sua importância, pois além de denunciar a fragilidade dos grupos dominantes urbanos ao cenário de transição, incorpora consigo a população ao jogo político, fato raro nos anos anteriores.
Lideranças populistas, segundo o autor, se caracterizam por possuir ideologias nem sempre claras, mas uma meta bem definida: o voto popular. Desse modo, há o surgimento dos chamados "políticos de oportunidade", que se caracterizam pelo controle ilimitado sobre as massas e ambição política grande, mesmo sem orientação política convicta.
À luz do cenário proposto inicialmente (revolução de 30 e anos subsequentes), Weffort analisa a relação entre o populismo e as massas frente a crise oligárquica e o surgimento de novas classes em ascensão. A partir do momento em que a classe média urbana não consegue manter posição privilegiada e não busca se aliar ao povo, os líderes populistas tomam proveito de tal brecha, o que aumenta a participação política das classes mais afastadas do poder. É flagrante a "falta de vocação para o poder" da classe média. Um exemplo disso é o movimento tenentista, que apesar de possuir interesses comuns ao povo, não se alia a tal e fica privado de apoio essencial : o apoio das massas.
As classes populares então começam a se organizar melhor, lutar mais e ter mais influência sobre a dinâmica política nacional. Outrora excluídos, agora começam a ser reconhecidos pelo Estado (extensão lenta de direitos civis e políticos), o que alcançará seu exemplo máximo durante a ditadura Vargas. Vale lembrar então, que Getúlio fez-se valer da chamada "cidadania regulada", a partir do