Francos normandos e astúrias
No século IV estabeleceu-se como foederati, dentro das fronteiras romanas, um povo
germânico chamado franco, que vivia entre Escalda e o Mosa. Nas terras que hoje
constituem a Bélgica, outro ramo do mesmo grupo permaneceu a leste do Reno. Entre eles
vivia um grupo aparentado, conhecido como merovíngio, sob cujo domínio os francos do
século V se voltaram contra os governadores romanos da Gália, seus primitivos anfitriões, e
conquistaram grande parte do oeste do país até o Rio Loire.
Clóvis, um príncipe merovíngio, conseguiu ser aceito como governante dos francos
orientais e ocidentais. Casou-se com uma princesa católica da Borgonha, e depois, num
campo de batalha, converteu-se ao cristianismo, o que lhe conferiu o apoio da Igreja
gaulesa e do Papa. Com isto ele prosseguiu, conquistando todo o domínio da Gália contra
os visigodos e borgonheses. Deslocou a capital para uma pequena cidade numa ilha do
Sena que os romanos chamavam Lutécia. Seus habitantes eram cristãos (ali havia bispos,
pelo menos desde 250 d.C) e conhecidos como parisii, que agora se chama Paris. Clóvis foi
eventualmente sepultado ali como cristão, o primeiro rei franco a ser sepultado como tal.
Quando ele morreu, suas terras foram divididas de acordo com os costumes francos.
Mas tarde a herança foi reunida (seus descendentes acrescentaram a ela as terras dos
ostrogodos, ao norte dos Alpes) e depois dividida novamente. O que restou, no entanto, foi
uma clara supremacia franca em grande parte do noroeste da Europa e um novo importante
aliado para a igreja. De um povo bárbaro emergia um novo poder, fundamental para o
modelo franco de uma nova ordem no Ocidente, e daí em diante de uma nova Europa. A
essência do Ocidente medieval seria a herança franca, nem rica, nem culturalmente muito
adiantada. Dispondo de menos cidades