Fragmentos de mo[v]im[ento]
Elisandro Rodrigues, julho de 2011
Fragmentos de Mo[v]im[ento] # 1 Uma imagem: o vento [ou as nuvens levadas pelo vento].
Duas perguntas:
Como cartografar o movimento? Como Rendilhar os fragmentos de nossa formação? Ao pensar essa proposta de cartografia-fotográfica, como parte do meu e[in]scrito, paro para ver por que sendas isso chega a mim, que ventos me trazem esses mosaicos de pesamento [por que usar a imagem como disparador de recordações e de formação]. Gosto do mo[v]im[ento], de observar as mudanças que ocorrem quando o vento sopra. Dos fragmentos que são levados para [in]ventar em outro lugar, desse vento que varre os segundos e as palavras. Que bagunça tudo, mistura, rendilha de[á] outras formas, que torna o visível-invisívelvisível. Desse mo[v]im[ento] que em ondas transforma o micro em macro - o macro em micro, que desterritorializa pensamentos e ações. So[esta]mos em mo[v]im[ento].
Cartografia-Fotográfica #1
Paro nesse mo[v]im[ento] para olhar, em meus silêncios, imagens que dizem da minha formação na Residencia. Das muitas cenas vividas nesse período - fragmentos de mo[v]im[ento] – as idas e vindas para as cidades [Novo Hamburgo e Viamão] é uma das que me marca. Não pelo cansaço, ou o acordar cedo, mas sim pelo mo[v]im[ento], pelo deslocamento e o “entre” [Deleuziano] desses territórios. Esse entre que se torna [] - colchetes, que se abre e se fecha, deixando ainda aberto,
passa, a mim, a ideia de mo[v]im[ento] – onde pensamos, sistematizamos e descansamos. A imagem que busco em minha memória para fazer uma cartografia-fotográfica é bem simples, mas um entre: Eu e Carlinhos [menino que acompanhava em Novo Hamburgo] sentado na grama, em uma praça do bairro Canudos, dia quente, sol forte e o verde presente entre passadas de carros. É uma convergência do minusculo [Barthes, 2007] que faz pensar [no fundo, a fotografia é subversiva não quando assusta, perturba ou até estigmatiza,