Real Forte Príncipe da Beira Abandonado por décadas, o Real Forte Príncipe da Beira, um dos marcos mais monumentais da ocupação portuguesa na Amazônia está sendo estudado por arqueólogos para ser restaurado e, quem sabe, virar uma importante atração turística da região amazônica. Projetada pelo arquiteto italiano Domingos Sambucetti, que morreu de malária durante a obra, a construção está localizada às margens do Rio Guaporé, na fronteira do Brasil com a Bolívia, no município de Costa Marques (RO). A função do forte inaugurado em 1783 era guardar os limites entre o império português e espanhol. Quando a ocupação da região já estava consolidada, perdeu sua função e acabou abandonado. Agora, um projeto de recuperação de fortificações do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) está permitindo conhecer melhor como era a vida dos ocupantes do Príncipe da Beira. Mais de 40 mil peças já foram encontradas nas escavações da parte interna do forte. “Há muitos restos de fardamentos, insígnias militares. Encontramos 2.200 balas de canhão”, relata Fernando Marques, arqueólogo do Museu Paraense Emílio Goeldi que desde o ano passado desenvolve trabalho de campo no sítio. Um dos aspectos interessantes do material recolhido no trabalho de recuperação é a evidência da integração dos militares com a população da região. Nas escavações foram encontradas “louças europeias misturadas com cerâmicas nativas", segundo relata Marques. “Dentro do espaço do forte havia capela, hospital, boticário, costureiros. E, ao lado dele, foram surgindo comunidades”, descreve o arqueólogo. Segundo ele, suas instalações permitiam dar abrigo a cem soldados. A área central onde grande parte dos objetos foram encontrados é um quadrado com 10 mil metros quadrados de área. A frente externa do forte tem 250 metros. A imponência da construção não chegou a ter emprego em batalha, já que o forte nunca esteve envolvido em combate. Segundo Marques, a