fonetica
O progresso tecnológico no estudo de acústica tornou possível a descrição e explicação do “detalhe fonético” – considerado base para questionamentos essenciais da teoria fonológica.
Sven Öhman (1966) mostra o fenômeno de coarticulação de vogal a vogal. Ele afirma que “as características acústicas da vogal seguinte à consoante influenciavam a vogal que precedia tal consoante, anteriorizando-a ou posteriorizando-a conforme sua natureza ântero-posterior.”
Keating (1985) estudou a duração das vogais diante de consoante obstruintes surdas e sonoras em polonês, tcheco, inglês e árabe. Ele afirma que não há uma padronização quanto à duração da vogal, mas sim que a relação entre essa duração e a sonoridade da consoante oclusiva varia de acordo com o idioma.
A partir de diversos estudos, as “alofonias contínuas” – variações na produção de um som – passam a ser cada vez mais frenquentes na literatura fonética.
“Sproat e Fujimura (1993) [...] observam que a alofonia gradiente pela qual se estende a produção de laterais [...] é condicionada pela força de fronteira adjacente à lateral.”
3. Modelos de tempo intrínseco versus modelos de tempo extrínseco e o lugar da análise acústica
Ainda resultante do progresso tecnológico, um modelo de análise fonológica começou a surgir na década de 1980. Esse modelo estuda a linguagem como ação.
Baseada no estudo de Öhman, Fowler (1981) afirma que a única maneira de se representar o detalhe fonético de língua é incorporando a variável tempo à estrutura básica.
Catherine Browman e Louis Goldstein são os primeiros a apresentar um estudo a partir da sugestão de Fowler. Eles observam que o fator tempo intrínseco é importante para a representação da diferença na articulação dos sons.
A partir da citação de Anderson (1976), os autores propõem que uma nova unidade de analise seja utilizada: o gesto articulatório, unidade tanto representacional