Folha S Ntese
O relato de experiência é utilizado para atribuir mais carnalidade às ideias. Além disso, o cenário demanda novas formas de percepção e há necessidade de troca de experiências entre os profissionais, que possibilita analisar a situação diante de vários olhares, e pode ser ampliada e enriquecida. A escola não é o único espaço de intervenção do psicólogo educacional, portanto a intenção não é restringir o campo de atuação da área.
Possibilidades e limites do psicólogo educacional - O trabalho foi iniciado em meados de 1989, na Escola Municipal “Ignácio de Andrade Melo”, em Belo Horizonte. Situada entre a divisa do bairro Inconfidência e favela “São José”, se estende às margens da Avenida Pedro II e abriga aproximadamente 9.000 pessoas. Denominada pelos moradores de “Vila”, apresenta população vulnerável ao subemprego e marginalidade social. Os serviços públicos existentes foram construídos devido a mobilização coletiva. A escola atende crianças do pré-escolar até a 4º série, maioria são da vila, os pais do bairro não aceitam seus filhos convivendo com as crianças da vila. Dentre as dificuldades enfrentadas pela escola, estão recursos materiais e pedagógicos precários e problemas existenciais e sociais dos alunos. Os envolvidos no cenário são profissionais da escola, moradores e representantes de entidades da comunidade, profissionais do centro de saúde (psicóloga e pediatra), estagiários de psicologia da PUC-MG, e alunos.
Chegada à escola: Uma demanda e muitas indagações – O trabalho se iniciou com a demanda da escola de estudar casos de alunos egressos da FEBEM (estes apresentando problemas de aprendizagem). Percebeu-se a dificuldade da relação escola-comunidade. Tais alunos demonstravam comportamento agressivo na escola e, na comunidade, eram