Folha Modelo
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Para secretário, escravidão urbana é tão grave quanto no meio rural
Daniella Jinkings
Da Agência Brasil, em Brasília
08/05/201209h00
A escravidão urbana é um problema tão grave quanto o trabalho escravo no meio rural, segundo o secretário de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Renato Bignami.
A escravidão urbana é um problema tão grave quanto o trabalho escravo no meio rural, segundo o secretário de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Renato Bignami. De acordo com ele, muitos trabalhadores explorados nas grandes cidades são estrangeiros. Eles ficam confinados em locais pequenos e sem condições de trabalho, geralmente localizados em comunidades pobres. O caso mais emblemático de trabalho escravo em meio urbano ocorreu no ano passado em São Paulo. Em junho, o Ministério Público do Trabalho e o MTE descobriram 51 pessoas (46 bolivianos) trabalhando em condições precárias em uma confecção contratada pela Zara em Americana, no interior paulistaOs trabalhadores eram submetidos a uma jornada média de 14 horas e recebiam o equivalente a R$ 0,20 por peça de roupa produzida. No mês seguinte, foram encontrados 14 bolivianos em condições semelhantes em duas confecções na cidade de São Paulo.
“O trabalho escravo em meio urbano é combatido da mesma forma que o trabalho escravo encontrado no campo. A escravidão moderna tem uma cara perversa de exploração, de tratamento desse trabalhador como uma coisa e não como um ser humano, de degradação do ambiente de trabalho e de aumento dos riscos”, disse Bignami. Para combater a prática, o MTE criou uma lista em 2004 na qual detalha os empregadores que submeteram trabalhadores à condição análoga à de escravo. Conhecida como lista