Folclore

1 O FOLCLORE

Folclore é o conjunto de crenças, superstições, lendas e costumes de um grupo, de um indivíduo ou povo, que foi passado oralmente de uma pessoa para a outra e de geração em geração. Criando assim a identidade cultural de cada grupo.
O folclore, como forma de conhecimento científico, nasceu de uma necessidade da filosofia positiva de Augusto Comte e do evolucionismo inglês de Darwin e Hebert
Spencer e por uma necessidade histórica da burguesia.
“A ciência que estuda todas as manifestações do saber popular1”, mais conhecida como folclore, foi empregada pela primeira vez em 22 de agosto de 1846, pelo arqueólogo inglês William John Thoms. A palavra era composta de dois vocábulos saxônicos antigos Folk-lore que quer dizer conhecimento ou ciência. No Brasil a palavra mudou de folk-lore para folclore quando houve a reforma ortográfica em 1934, eliminando a letra K e o hífen.
O folclore determina o conhecimento inerente ao “povo”. Para os autores do século XIX (período em que o folclore tornou-se forma de estudo) o termo cultura significaria o patrimônio cultural das classes mais elevadas e seria, caracteristicamente, uma cultura transmitida por meios escritos, compreendendo todos os conhecimentos científicos, as artes em geral e a religião oficial. O termo folclore significaria e abrangeria todos os elementos que constituem o que se poderia entender como, “a cultura das classes baixas”, transmitida oralmente. O folclore, a partir daquele momento, seria associado à cultura dos povos “pré-letrados” ou “incultos”, ou seja, gente sem a cultura das “classes superiores”.
A distinção entre o povo (formado pelos “incultos”) e as classes chamadas superiores (pertencentes às pessoas com “cultura”) nos permite afirmar que a sociedade seria uma grande dicotomia, em que as classes mais baixas viveriam de valores
“ultrapassados”, enquanto a “elite” apresentaria formas de conduta radicalmente diferentes. No período, uma das correntes filosóficas em destaque era o