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Tráfico de pessoas é maior entre mulheres e criançasKleyzer Seixas
O pedido de retorno imediato aos pais biológicos, das cinco crianças entregues para famílias paulistas, em Monte Santo, na Bahia, pela relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico Nacional e Internacional de Pessoas do Senado, senadora Lídice da Mata (PSB-BA), é um dos desdobramentos do caso que ganhou repercussão nacional, ao ser exibido no programa Fantástico, e que configura uma das faces do tráfico de pessoas, assunto de destaque da nova novela da Rede Globo, Salve Jorge, da autora Glória Perez; comprovando a gravidade do problema que atinge, principalmente, mulheres e crianças de baixa renda.
A Bahia ocupa o terceiro lugar entre os estados brasileiros com registros de vítimas desse crime, que se divide em três tipos - exploração sexual de mulheres, crianças e adolescentes; remoção de órgãos e trabalho análogo ao escravo -, segundo dados da Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça. Os outros estados que estão na frente da Bahia são Pernambuco e Mato Grosso do Sul. Nos últimos seis anos, quase 500 brasileiros foram vítimas do tráfico de pessoas em todo o Brasil.
Seduzidas por propostas tentadoras para mudar de vida e até de país e pelo ganho de dinheiro fácil, muitas pessoas, sobretudo mulheres - já que a exploração sexual, segundo registros oficiais, é a modalidade mais comum desse tipo de prática, com 70% dos casos - acabam acreditando nos aliciadores e entregam suas vidas a grupos formados em uma rede organizada que ultrapassa fronteiras, cujo único interesse é lucrar com o crime. Estima-se que a atividade ilegal movimente em torno de 30 bilhões em todo mundo, sendo que 10% desse total está ligado à máfia no Brasil, de acordo com dados da ONU.
O destino mais comum de vítimas brasileiras é o Suriname, que registrou 133 casos de 2005 a 2011, segundo a Secretaria Nacional de Justiça. Na sequência estão outros países europeus - Suíça, com 127 registros,