Fisioterapia
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Estudos relacionam modificações do sistema nervoso com a memória e o aprendizado
Desvendando a plasticidade neural
Foto: Antoninho Perri
LUIZ SUGIMOTO sugimoto@reitoria.unicamp.br sistema nervoso é dotado de plasticidade. Não faz muito tempo, ainda se acreditava que nosso sistema nervoso estaria praticamente formado já ao nascimento. Completada a mielinização por volta do segundo ano de vida, o cérebro permaneceria imutável, com o mesmo peso, tamanho e o mesmo número de neurônios, de sinapses ou de fibras.
Somente na década de 1960, pesquisadores da Universidade de Berkeley (EUA) constataram que o sistema nervoso se modifica quando o organismo é exposto a um ambiente rico em estimulação.
As mudanças de características do encéfalo viriam a ser confirmadas posteriormente, quando um grupo de Harvard investigou o que
Pesquisadores ocorreriaono caso inverso: de priusam pombo vação sensorial, como modelo como por exemplo, experimental em animais de laboratório mantidos com um dos olhos fechado por alguns meses. “O mapa cerebral muda em função da experiência”, afirma a professora Elenice Aparecida Moraes Ferrari, do Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp.
Esta plasticidade neural é o campo onde se desenvolve a linha de pesquisa coordenada pela professora, dentro do Laboratório de Sistemas Neurais e Comportamento
(LABSNeC). “Nosso foco é a análise das bases neurais de aprendizagem e memória. O sistema nervoso está em contínua modificação devido à contínua interação com o ambiente, o que é essencial para que o organismo se comunique, se adapte e atue com eficiência nesse ambiente”.
Elenice Ferrari lembra que o conhecimento sobre a plasticidade neural abriu um enorme campo de estudos, com investigações em vários níveis, do molar ao molecular.
“A base de tudo é a comunicação entre os neurônios – as sinapses. Se a ativação de