Fisiopatologia da laminite
Um dos problemas mais difíceis na laminite é o de explicar como e por que a claudicação é uma sequela lógica de numerosas e diversas causas. É provável, naturalmente, que alguns fatores ou eventos ocorrendo dentro das primeiras 72 horas da doença sejam de fato mais coincidências do que causas reais. No entanto, a freqüência relativa da laminite após esses eventos permite a afirmação que muitos casos de laminite estão associados com fatores nutricionais, trauma digital, estados hipovolêmicos e sepse. O reconhecimento das causas e fatores predisponentes da laminite é imperativo para aquelas técnicas de manejo que podem servir para limitar a incidência da doença.
As diversas causas de laminite podem ser classificadas como predisponentes e determinantes no desencadeamento da etiopatogênia.
Fatores predisponentes da laminite eqüina
Sobrecarga de carboidratos
- Ingestão excessiva de grãos
- Pasto viçoso
- Mudança alimentar para uma dieta com legumes ricos em energia
Endotoxemia, sepse, choque
- Colite, duodenite-jejunite proximal - Obstrução/estrangulamaneto intestinal - Retenção placentária, metrite, aborto -Septicemia ou endotoxemia
Suporte de peso unilateral excessivo
- Claudicação grave
- Reabilitação de fraturas
Manejo
- Ingestão de água fria após exercício extenuante
- Obesidade
- ingestão de plantas com alto teor de estrógenos
Com base no modelo experimental da laminite induzida por ingestão excessiva de carboidratos, foram identificados fenômenos que promovem alterações no equilíbrio dos microrganismos do ceco. A ingestão excessiva de grãos ou de carboidratos contendo altos níveis de carboidratos solúveis resulta na elevação da flora bacteriana produtora de ácido lático (Lactobacillus sp. e Streptococcus sp.). A significativa diminuição do pH cecal, decorrente da excessiva produção de ácido lático, causa lise da membrana celular das bactérias gram-negativas, liberando lipopolissacarídeos (endotoxina).