Fisiocratas e adam smith
O fato de o pensamento fisiocrático ter conferido importância ao excedente e conseqüente busca pela sua origem é de suma importância para os estudos da economia, pois, constitui o princípio do entendimento acerca do produto líquido e o ponto de partida para um estudo mais aprofundado sobre a matéria.
Ademais, antes de aprofundar na tese fisiocrática no que tange a origem do excedente, se faz imperioso ter conhecimento de dois fatores básicos: o conceito de excedente e em qual setor da economia o excedente é evidenciado.
Assim, partindo desta constatação, o conceito de excedente conforme Napoleone(1981,p.27) “é aquela parte da riqueza produzida que excede a riqueza consumida ao longo do processo produtivo”. Não obstante, para os fisiocratas, a riqueza que excede o consumo só pode ser obtida na agricultura, sendo possível a maximização da sua capacidade produtiva por meio da agricultura de modo capitalista. Desta forma, tendo em vista a afirmativa de que somente na agricultura se faz possível a consecução do excedente e que o sistema produtivo na mesma atividade depende da fertilidade natural da terra, soa lógico que o poder de origem do excedente estaria na própria terra.
De imediato é perceptível os limites que tal proposição acarreta já que não considera as demais atividades que circundam a cadeia produtiva da época, em especial, a manufatureira como propiciadora de produto líquido. A respeito disto, são classificados às atividades marginais, a agricultura como estéril, não por não ser útil, mas, sobretudo, por não possuir a capacidade de produzir excedente.
Outrossim, o Tableau économique de Quesnay, já passa a evidenciar circunstância em que se põem em dúvida a legitimidade de se considerar o excedente advindo somente da agricultura. Quanto a isso Napoleoni ressalta:
Nem todos os bens de consumo daqueles que trabalham na agricultura são produzidos pela própria agricultura, de onde surge a