FINLEY, M.I., "Mito, memória e história", in. "Usos e abusos da história"
FINLEY, M.I., “Mito, memória e história”, em “Usos e abusos da história”, São Paulo: Martins Fontes, 1989. No capítulo primeiro do livro “Usos e abusos da História”, o autor disserta sobre como o pensamento histórico era tomado na Grécia Antiga, diz, também, que não se pode levar o conceito de História que existe hoje para os tempos arcaicos, já que a visão daqueles gregos eram totalmente distintos da que tem-se agora. O autor da obra, Moses Israel Finley, nasceu em 1912, na cidade de Nova Iorque. Entre suas obras mais marcantes encontra-se “O Mundo de Ulisses”, onde faz muitas inferências à Homero. Foi graduado na Universidade de Siracusa e tornou-se mestre na Universidade de Columbia. Nos anos 50, Finley foi obrigado à mudar-se para Inglaterra por perseguições anti-esquerdistasde McCarthy. Foi professor na Universidade de Cambridge e recebeu o título de Sir pela monarquia britânica. “Mito, memória e história” trata da ruptura de pensamento de um povo, os gregos, que tinha no mito seu instrumento de conhecimento do passado. As poesias e os mitos abrangiam assuntos que davam àquele povo uma memória coletiva do que havia acontecido com seus antepassados, como chegaram até aquele ponto, explicavam o que para eles, até então, era inexplicável. Não interessava se tais histórias eram verdadeiras ou não, só lhes importava que essas lhe dessem uma noção de seu passado. Assim, o capítulo parte do pressuposto de que os pais da história são os gregos. Finley credita ao surgimento das póleis e a influência dos povos jônios a disseminação desse pensamento mais investigativo de seu passado. Contudo, o autor afirma que, naquele momento, o objetivo da História era explicar o presente, focando nos novos questionamentos políticos que a conjuntura da pólis trazia consigo. Cita, ainda, Heródoto e Tucíades que fizeram usos de linhas cronológicas para compreender o que acontecera anteriormente. Os gregos antigos,