fim do regime militar
Se quiser sair do comum, aponte que não é unânime a opinião sobre a data final do mesmo, existindo interpretações que o encerram: 1985 com a eleição de Tancredo/Sarney, 1988 com a nova Constituição democrática, e ainda 1990 com a eleição direta do 1º presidente desde 1964 (Fernando Collor).
Também pode argumentar que a expressão "regime militar" é questionada hoje, já que houve muito apoio na sociedade civil e se os militares foram de fato dominantes, nunca prescindiram totalmente dos civis, sendo melhor definido o período como "regime autoritário".
O fim do regime começa a ser construído quando, em 1973, a crise do petróleo começa a desmontar o chamado Milagre Brasileiro, então baseado em endividamento externo e crescimento acelerado. A recessão internacional desencadeada reduziu as nossas exportações e ampliou muito a dívida externa já existente e encareceu muito novos empréstimos. Internamente as taxas de inflação começaram a subir, refletindo a deterioração do ambiente econômico e pelas incertezas.
Se o front econômico não era bom, o político também era de incertezas. Entre os militares, crescia a divisão entre os homens "da caserna" ou da tropa e aqueles ligados ao aparato repressivo ou "da segurança".
O debate opunha então os que defendiam uma liberalização do regime e os defendiam a manutenção e até o aprofundamento da repressão.
Com a eleição de Geisel para o período 1974-79, o regime oscilou entre momentos de avanço liberalizante e trancamento, como na decretação do Pacote de Abril de 1977, onde entre outras, criou o Senador "biônico", quase nomeado pelo governo. Diante do crescente avanço do voto oposicionista, o regime manipulava as regras do jogo para atender seus interesses de perpetuação, já que a chamada Abertura não podia ser confundida com uma "expulsão" dos militares do poder.
A eleição ainda indireta de João Figueiredo para os anos de 1979-85, marcou o agravamento da crise econômica (2º Choque do Petróleo,