filosofia
1) Por que a consciência do tempo nos leva à consciência da morte? Qual é o papel dessa consciência no surgimento da religiosidade?
Através da consciência do tempo, os humanos são conscientes de que alguns seres e coisas desaparecem no tempo e outros surgem no tempo. Esses seres e coisas permanecem durante certo período porque os humanos são capazes de ligar passado, presente e futuro, isto é, são capazes de perceber que existem e que possuem identidade. Mas também são conscientes de que podem desaparecer um dia. Ou seja, sabem que morrem. A crença numa vida futura explica por que uma das primeiras manifestações religiosas em todas as culturas são os rituais fúnebres, que asseguram a entrada dos mortos na vida futura, e a busca de meios para comunicar-se com eles. A crença em divindades e numa outra vida após a morte define o núcleo da religiosidade e se exprime na experiência do sagrado.
2) O que é a experiência do sagrado? Como ela opera o "encantamento do mundo"?
R: O sagrado é a experiência da presença de uma potência sobrenatural que habita algum ser - planta, animal, coisas, ventos, águas, fogo. Essa potência é tanto um poder que pertence a determinado ser quanto algo que ele pode possuir e perder, não ter e adquirir. O sagrado é a experiência simbólica da diferença entre os seres, da superioridade e d poder de alguns sobre outros - sentidos como espantosos, misteriosos, desejados e temidos. O sagrado opera o encantamento do mundo, habitado por forças e poderes admiráveis que agem magicamente. Criam vínculos de simpatia-atração e de antipatia-repulsão entre todos os seres, agem a distância, enlaçam entes diferentes com laços secretos e eficazes.
3) Por que a religião se dirige às emoções? Quais são os papéis da fé e da piedade na religião?
Embora a narrativa sagrada seja uma explicação para a ordem natural e humana, ela não se dirige ao intelecto dos crentes, mas ao coração deles. Porque se dirige às paixões do crente (esperança, temor, amor,