Filosofia
- Newton da Costa
O curitibano Newton Carneiro Affonso da Costa, desenvolvidos no início dos anos 1960, seus primeiros trabalhos resultaram na elaboração de um novo capítulo na história da lógica, trazendo desdobramentos não só para a matemática, mas também para outras ciência, como a física, a economia, a computação, além da própria filosofia.
Formado em engenharia e em matemática pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) e doutor pela mesma instituição em 1961, Newton da Costa concluiu dois anos depois a primeira formulação completa de uma lógica que admite contradições, rompendo com uma tradição aristotélica de mais de 2 mil anos. A ideia, que parecia ser maluquice ou mero desenvolvimento especulativo, enfrentou resistências e preconceitos no Brasil, mas em pouco tempo começou a ter repercussão em trabalhos de pesquisadores prestígio internacional.
Essas resistências foram superadas à medida que sua lógica “paraconsistente” passou a ter aplicações em informática, como no desenvolvimento dos chamados sistemas especialistas, permitindo que dados contraditórios possam ser computados sem prejuízo do processamento. Na medicina, por exemplo, quando é impossível verificar duas hipóteses contraditórias sobre as condições de saúde de um paciente, um sistema especialista paraconsistente pode processá-las para dar suporte a análises para diagnósticos.
Depois de trabalhos preliminares do russo Nikolai Vasilev (1880-1940) e dos poloneses Jan Lukasiewicz (1878-1956) e Stanislaw Jaskowski (1906-1965), o matemático brasileiro decidiu desenvolver sua pesquisa inspirado inicialmente não só pela ideia de dialética, mas também pelo esforço para ter uma lógica que pudesse ser aplicada, por exemplo, à mecânica quântica, cujos fenômenos violavam os preceitos da lógica clássica, como o princípio de não-contradição.
Newton da Costa explicou sua inspiração em novembro de 1997 em uma entrevista para a Folha, concedida a mim e ao professor Caetano Ernesto Plastino, do