Filosofia
O conceito de moral
Autor:
Aristóteles
Ano:
-
Páginas:
02
Obs:
Traduzido por Mario da Gama Kuy
Aristóteles classificava a excelência moral como uma disposição da alma, e não como emoção ou sentimento. Para ele, o que diferenciava a política da moral é que a primeira tem como fim o bem dos homens, e a última a felicidade do indivíduo. A moral é uma arte, e como toda arte deve preencher certos requisitos. A primeira é determinar que a moral trata das ações humanas. A segunda é que ela trata de determinadas ações voluntárias, mais especificamente as que partem da escolha. Por fim, ele classifica que o objeto do desejo racional, que caracteriza a escolha, é a finalidade de atingir um bem propriamente dito.
"[1109b]
A excelência moral se relaciona com as emoções e ações, e somente as emoções e ações voluntárias são louvadas e censuradas, enquanto as involuntárias são perdoadas, e às vezes inspiram piedade; logo, a distinção entre o voluntário e o involuntário parece necessária aos estudiosos da natureza da excelência moral, e será útil também aos legisladores com vistas à atribuição de honrarias e à aplicação de punições.
Consideram-se involuntárias as ações praticadas sob compulsão por ignorância; um ato é forçado quando sua origem é externa ao agente, sendo tal a sua natureza que o agente não contribui de forma alguma para o ato, mas, ao contrário, é influenciado por ele – por exemplo, quando uma pessoa é arrastada a alguma parte pelo vento, ou por outra pessoa que a tem em seu poder.
Mas há algumas dúvidas quanto ás ações praticadas em conseqüência do medo de males maiores com vistas a algum objetivo elevado[1097b] (por exemplo, um tirano que tendo em seu poder os pais e filhos de uma pessoa, desse uma ordem ignóbil a esta, tendo em vista que o não cumprimento acarretasse na morte dos reféns); é discutível se tais ações são involuntárias ou voluntárias. (...) Tais ações, então, são mistas mas se assemelham mais