Estamos numa época em que a pressa, o instantâneo, o imediato, as exigências do mercado de trabalho clamam a atenção do sujeito. A pausa para observar e ponderar sobre o que se deseja, e aqui incluindo a educação formal são, muitas vezes, soterradas pelas exigências do cotidiano. Pensando a questão da educação formal como uma das maneiras nas quais o sujeito se faz e se compreende dentro de uma tradição, observamos, através da experiência docente que alguns buscam ingressar nalgum curso no afã de galgar melhores posições (seja status profissional, mudança de nível na carreira, dentre outros) sem que haja necessariamente a pré-ocupação com as aprendizagens que podem advir nessa imersão. Assim, nossa pesquisa sobre a relação mestre e discípulo parte da origem do pensamento Ocidental, na tentativa de recuperar esse acontecer. Encontramos que os sofistas foram os primeiros a se autodenominarem mestres e, fazendo uma comparação com os mestres/professores na contemporaneidade, encontramos em comum, prontamente, a remuneração. O amor ao saber vinculado ao amor à remuneração causou estranheza a Sócrates e a Aristóteles, por exemplo. Encontramos em Sócrates (470/469 - 399 a.C.), sobretudo no diálogo platônico Alcibíades I, um sujeito que intervêm na vida de outro (Sócrates interpela Alcibíades), propondo questões e este, aceitando a interferência. Temos aqui várias questões: o momento da vida de Alcibíades no qual Sócrates decide interpelá-lo; a relação de ambos, sobretudo a demanda de amor e como Sócrates a encaminha. Quanto à primeira questão temos a consideração de um sujeito (Sócrates - que quer compreender e contribuir para a vida na polis) para com os desejos de outro (Alcibíades - que quer governar) e, unindo ao segundo problema, temos Sócrates que identifica as falhas pedagógicas, escolar e amorosa, que Alcibíades tivera ao longo de sua vida, fazendo este reconhecer sua trajetória. Mas Sócrates não responde do lugar que Alcibíades o coloca, a saber, de um lugar