filosofia
As duas principais críticas de Descartes ao saber do seu tempo são em relação à fragilidade das bases em que se funda o conjunto de conhecimentos e a sua falta de ordenação.
Para constituir a ciência com bases firmes é necessário partir de um princípio que cumprirá duas exigências:
-Deve ser de tal modo evidente que o pensamento não possa dele duvidar;
-Dele dependerá o conhecimento do resto, de modo que nada possa ser conhecido sem ele.
A função da dúvida é separar o verdadeiro do falso abrindo caminho para a verdade indubitável a partir da qual se reconstruirá um conhecimento verdadeiro e bem organizado.
Um conhecimento verdadeiro é um conhecimento evidente absolutamente claro e \distinto (que cumpra a regra da evidência).
A relação que existe entre conhecimento verdadeiro e dúvida prende-se com o seguinte: se o conhecimento for indubitável, ou seja, que não levante a menor dúvida, sendo, deste modo, a prova de verdade. Cumprindo a 1ªregra – onde houver lugar para a dúvida, por mínima que seja, não há lugar para a verdade.
O primeiro princípio do sistema de saber deve ser: 1. Absolutamente primordial, isto é, dele devem depender todos os outros, não dependendo ele de nenhum outro. 2. Absolutamente indubitável. 3. Fecundo, ou seja, deve conter em si a possibilidade de outros novos conhecimentos.
Entende-se por dúvida hiperbólica o modo de aplicar a dúvida. Para tentarmos ver se algum conhecimento pode ser o primeiro princípio do qual partiremos à descoberta de outros, temos que examinar de modo implacável todos os princípios nos quais se baseava o sistema de conhecimentos estabelecidos. Ela é hiperbólica porque ao exercê-la desse modo excessivo, vamos: 1. Considerar como absolutamente falso o que for minimamente duvidoso/2. Considerar como sempre enganador aquilo que alguma vez nos enganar.
Niveis de aplicação da