filosofia

Questão 1) Em Kant parece ser cômodo ser menor. No que consiste tal comodismo no século XVIII, e em que medida pode-se atribuir às Mulheres, em pleno século XX e XXI, certo comodismo em ser o outro da cultura, como afirma Beauvoir?
O comodismo consiste na inércia do indivíduo perante a sociedade. Ou seja, na falta de coragem de se posicionar de forma explícita, exprimindo sua opinião perante os outros, como está expresso na citação: “O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão de coragem de servir-se de si mesmo sem direção de outrem” (KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: O que é ‘Esclarecimento’?). Simone de Beauvoir, no livro O Segundo Sexo acredita que o comodismo da Mulher em ser o outro da cultura está relacionado ao fato da mesma ter certa estabilidade financeira e social em sua vida quando se posiciona de maneira cúmplice ao sexo masculino, como evidencia a passagem: “Recusar ser o outro, recusar a cumplicidade com o homem seria para elas renunciar a todas as vantagens que a aliança com a casta superior pode conferir-lhes” (BEAUVOIR, Simone. O Segundo Sexo).
Questão 2) Segundo Beauvoir: “Se a função da fêmea não basta para definir uma mulher, se nós recusamos também explicá-la pelo ‘eterno feminino’ e se, no entanto, admitimos, ainda que provisoriamente, que há mulheres na terra, teremos que formular a pergunta: O que é uma mulher?” Levando esse pequeno excerto em consideração, pode-se dizer que há uma preocupação essencialista, substancialista na filosofia de Beauvoir? Se há, em que consiste? Se não há, o que significa tal indagação final: “o que é uma mulher”?
Não existe preocupação essencialista e substancialista na filosofia de Beauvoir. A autora segue a corrente do Existencialismo, em que se acredita na prioridade da existência diante da essência. Beauvoir acredita que a situação da mulher é uma situação que foi condicionada pela história e que pode e deve ser mudada.