Filosofia clínica - a filosofia como instrumento psicoterápico - márcio de carvalho bitencourt
Márcio de Carvalho Bitencourt
RESUMO: Nesse artigo será apresentada a Filosofia Clínica e sua importância na sociedade atual. Por ser uma terapia incipiente em sua metodologia e teoria, serão vistos, de forma geral, suas ferramentas e relações com alguns aspectos e conceitos filosóficos. O homem moderno se encontra em um delta de opções quanto a seu destino e futuro, seja de maneira individual ou planetária. Essas opções lhe são apresentadas em um contexto de crises e incertezas, que exigem de sua estrutura psicoemocional uma têmpera que nem sempre ele está equipado para responder tal demanda. Advêm, não raras vezes, angústias e sofrimentos subjetivos paralisantes. Outras questões, de ordem imediata e idiossincrática, da mesma forma penalizam e urge solução. É nesse contexto que a Filosofia Clínica propõe, dentro da representação que o sujeito faz do mundo, pela radicalidade filosófica, auxílio que possa devolver ao sujeito autonomia e equipamento interior com o qual ele lide de maneira razoável com seu contexto e si mesmo. Veremos, de forma conceitual, outras duas opções para o mesmo aspecto de situações-limite do homem em sua lida subjetiva e objetiva: a fundamentação psicanalítica e proposta da religião de massa. Este confrontamento tem o objetivo, pelo contraste, de demonstrar as particularidades pelas quais a Filosofia Clínica entende o homem como um todo e suas singularidades. Ao fim desse artigo espera-se contribuir para a abertura que a Filosofia Clínica oferece no campo da psicoterapia, assim como oferecer uma visão de seu processo que revele o quanto da filosofia acadêmica pode ser útil para uma sociedade mais humana. Essa contribuição está não só no aspecto psicoterápico, mas também no antropológico, à medida que um conjunto de características peculiares ao homem venha somar para sua melhor compreensão.
PALAVRAS-CHAVE: Filosofia Clínica; Situação-limite; Psicoterapia; Filosofia.