Filosofia aplicada ao serviços social
FILOSOFIA APLICADA AO SERVIÇO SOCIAL (Atividades de Praticas Integradas – ATPS)
Maria Das Graças Nunes
TAGUATINGA- DF
2012
O QUE É O MUNDO E A REALIDADE?
Ao mesmo tempo em que se inspira na perspectiva kantiana que questiona os limites da razão mostrando que só nos é possível conhecer a partir das formas a priori de nosso entendimento, ele modifica essa leitura, transformando o sujeito kantiano universal e necessário num sujeito empírico, que possui uma historicidade que o situa no mundo, e a partir da qual compreende o mundo. É o sujeito que conhece todo o resto, sem ser ele mesmo conhecido. Você já reparou como pessoas diferentes, diante de uma mesma situação, podem enxergar ou destacar aspectos totalmente distintos? Já ocorreu de você compreender um fato, uma ideia, uma afirmação de maneira totalmente distinta de alguém que presenciou o mesmo fato, ideia ou afirmação juntamente com você? Essas diferentes leituras, feitas por diferentes sujeitos, exemplificam o conceito de representação submetida ao princípio da razão suficiente de Schopenhauer. Quando afirmamos que, em filosofia clínica, o que interessa é conhecer a representação da pessoa, isso significa tentar conhecer a forma como essa pessoa representa o mundo. Obviamente, se afirmássemos que o filósofo clínico consegue atingir um conhecimento pleno, total, dessa forma de representar o mundo, estaríamos entrando em contradição, ou atribuindo a esse profissional um poder superior ao de outros seres humanos. É claro que não se trata disso. Trata-se, todavia, de uma representação do filósofo clínico acerca da representação do paciente. Uma vez que não é possível, a duas pessoas, possuírem a mesma representação, pois esta somente existe para o sujeito que conhece em sua singularidade –, o conhecimento, em clínica, da representação do partilhante, se dá por aproximação.