filosofando
Canudos
A situação no nordeste brasileiro no final do século XIX era muito precária. A fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais carente. Em 1893, Antônio Conselheiro e seus seguidores se rebelaram contra a cobrança de impostos no município de Bom Conselho, interior da Bahia. O governo do estado enviou um contingente de 30 praças para prendê-lo e dispersar seus seguidores. No entanto, Conselheiro fugiu e passou a procurar um local em que pudesse se estabelecer longe da repressão republicana. O refúgio escolhido foi à fazenda abandonada, Canudos, às margens do rio Vaza-Barris, onde o beato ergueu o arraial sagrado de Belo Monte. A notícia da criação do arraial espalhou-se, milhares de pessoas venderam suas propriedades, animais, plantações e se dirigiram a Canudos, na esperança de uma nova vida. Em pouco tempo, a população do povoado já chegava à cerca de 20 a 30 mil habitantes.
Canudos era formado basicamente por sertanejos sem-terra, vaqueiros, ex-escravos, pequenos proprietários pobres, homens e mulheres perseguidos pelos coronéis ou pela policia. A população praticava um sistema comunitário, as colheitas, os frutos e o rebanho eram repartidos e o excedente era vendido ou trocado com povoados vizinhos.
Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro (1828 - 1897).
Após passar a perambular pelo interior do Ceará e pelo nordeste, Antônio Vicente, influenciado pelas pregações do padre Ibiapina, estudou os Evangelhos e passou a divulgá-los entre o povo humilde, ouvindo também os problemas das