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No demorou a que um grupo de mestres e filsofos itinerantes, vindos das colnias gregas, se concentrasse em Atenas. Eles se autodenominavam sofistas, eram pessoas estudadas, versadas em determinado assunto, e ganhavam a vida em Atenas ensinando os cidados. Os sofistas tinham um importante elemento comum com os filsofos naturais eles tambm viam com olhos muito crticos a mitologia tradicional. Ao mesmo tempo, porm, os sofistas simplesmente rejeitavam tudo o que consideravam especulao filosfica desnecessria. Para eles, ainda que houvesse respostas para muitas questes filosficas, ningum jamais seria capaz de encontrar repostas realmente seguras e definitivas para os mistrios da natureza e do universo. Este ponto de vista conhecido na filosofia como ceticismo. O homem a medida de todas as coisas, disse o sofista Protgoras (487-420 a.C). Com isto ele queria dizer que o certo e o errado, o bem e o mal sempre tinham de ser avaliados em relao s necessidades do homem. Quando perguntado se acreditava nos deuses gregos, Protgoras dizia Dos deuses nada posso dizer de concreto (...), pois nesse particular so muitas as coisas que ocultam o saber a obscuridade do assunto e a brevidade da vida humana. Voc pode imaginar como foram inflamadas as discusses que os sofistas incitaram na sociedade de Atenas quando afirmaram que no Hava normas absolutas para o certo e o errado. Ao contrrio deles, Scrates tentou mostrar que algumas normas so realmente absolutas e de validade universal. 2- SCRATES E OS SOFISTAS, A DESCOBERTA DO HOMEM Do ponto de vista poltico-cultural, o perodo de Pricles (sculo V a.C) constituiu um dos perodos mais frutferos da civilizao grega. Naquela poca democrtica, Atenas tinha vida artstica extremamente desenvolvida, os pensadores desse perodo, embora ainda discutissem questes relativas natureza, comearam a desenvolver um enfoque antropolgico (relativo ao ser humano) que envolvia a moral, a poltica, as artes, o direito, os costumes, a espiritualidade, a educao etc.