Filmes
Paulo Roberto de Almeida
Doutor em Ciências Sociais e diplomata de carreira.
Professor de Economia Política Internacional no Mestrado em Direito do Centro Universitário de Brasília (Uniceub).
E-mail: pralmeida@mac.com; website: www.pralmeida.org.
Capítulo de colaboração ao livro:
Omar L. de Barros Filho e Sylvia Bojunga (orgs.),
Potência Brasil: Gás natural, energia limpa para um futuro sustentável
(Porto Alegre: Laser Press Comunicação, 2008, 144 p;
ISBN: 978-82-61450-01-4; p. 12-33).
1. Revolução industrial e energia: o papel central do petróleo
Nos últimos dois séculos e meio, as sociedades contemporâneas conheceram fases sucessivas de um processo complexo de revoluções industriais, iniciado a partir de um núcleo original – a Inglaterra de meados do século XVIII – mas que se disseminou progressivamente para outros continentes e sociedades, até atingir virtualmente todo o planeta até o final do século XX. Criou-se, depois de dez mil anos de predominância das atividades agrícolas, complementada por manufaturas elementares, aquilo que a historiografia especializada chama de civilização industrial, atualmente em curso de substituição pelo que se considera ser uma sociedade pós-industrial (mas que ainda deve o essencial de suas características sócio-econômicas à indústria). Cada uma dessas revoluções econômicas e sociais foi animada por um sistema produtivo específico, vinculado a uma forma de energia predominante e a um produto símbolo. 1
O Brasil, como é sabido, chegou tardiamente à primeira revolução industrial, deslanchada pela máquina a vapor e movimentada por combustíveis como a madeira e o carvão fóssil, este último associado à ascensão do aço, ainda dominante na moderna sociedade pós-industrial. Ele também chegou tarde à segunda revolução industrial, iniciado um século depois, com base na química e na eletricidade, sobretudo no petróleo, com os motores à explosão,