filme o sétimo selo (resenha)
O Sétimo Selo é uma obra-prima do diretor sueco Ingmar Bergman, lançada em 1956, concebida e dirigida pelo cineasta a partir de uma criação dramatúrgica do mesmo autor. Ele procura resgatar na era medieval, particularmente no universo do século XIII, avassalado pela deflagração da Peste Negra, um paralelo com o mundo moderno.
A trama em preto e branco retrata um momento sombrio da Idade Média no continente europeu, que ganha, pelo menos no filme de Bergman, uma coloração apocalíptica; esta metáfora do homem enquanto agente destruidor do mundo em que vive encontra sua inspiração no Apocalipse do apóstolo João, daí o nome do filme, que remete a um dos selos que são abertos por ele no capítulo 7 do livro bíblico.
O cineasta reconstrói a era medieval sueca não somente como mais uma retomada histórica do período, mas sim como uma alegoria do momento em que foi realizado o filme, os anos 50, quando a ameaça de uma conflagração nuclear era uma realidade onipresente. As feridas deixadas pela Segundo Guerra Mundial mal haviam cicatrizado, as lembranças dos genocídios nazistas eram intensas e a Guerra Fria estava em seu ápice. Era crença comum a iminente destruição do Planeta pelo próprio ser humano.
Era urgente, para Bergman, expressar a angústia do mundo em que vivia, comum a estes dois períodos históricos. Embora seu foco principal não fosse a reconstituição do passado, suas investigações da época e a reconstrução da sociedade de então são preciosas e bem elaboradas.
No enredo, o protagonista Antonius Block, interpretado magistralmente por Max Von Sydow, tem um encontro com a Morte assim que volta das Cruzadas e vê sua terra natal completamente arrasada pela peste. Seu momento também parece ter chegado, mas ele rejeita o fim da existência antes de realmente compreender o significado da vida. Determinado, ele convida a Morte para ser sua parceira em um jogo de xadrez, com o objetivo também de driblá-la.
A Morte, porém, insiste em não respeitar o