Filme Joana Darc
Reflexões sobre a expressividade no filme “A Paixão de Joana D’arc”. Por Adriano Alves. Quando Leonardo da Vinci falou que o olhar de quem odeia é mais penetrante do que o olhar de quem ama, tanto poderia estar se referindo a algo da sua época ou a uma jovem do futuro que interpretaria uma condenada. A atriz que me refiro é Renée Jeanne Falconetti, que interpretou a heroína Joana D’árc, no filme A Paixão de Joana D'arc, do dinamarquês Carl
Theodor Dreyer. Ela traz em todas as cenas aquele olhar vidrado que expressa mais do que qualquer palavra que pudesse emitir, tornando forte e marcante a sua atuação.
Obedecendo à sua época, o filme é mudo e em preto e branco, fazendo parte da era
“silenciosa” do Cinema, na qual as músicas eram utilizadas como fundo sonoro para a película, sendo muitas vezes executadas ao vivo. Tal característica exige dos atores um maior investimento das expressões, já que, sem o recurso da palavra, eles tem que contar a história através do corpo. O “A Paixão de Joana D’arc” é um ótimo exemplo de sucesso nessa perspectiva. Premiada diversas vezes pela sua atuação nesse filme, Renée trouxe a cena toda a força necessária para uma personagem tão marcante como Joana D’arc, uma figura que já habita o imaginário de todo o ocidente como um dos mitos femininos de nossa sociedade. Além de todo um trabalho corporal bem notável, a atriz imprimi através dos olhos um enfrentamento e a latente energia da personagem.
Abusando dos planos fechados, o diretor detalha e dá importância as expressões faciais do elenco, criando uma relação de intimidade entre o público e os personagens, como se os atores estivessem olhando diretamente para quem o assiste. A relação entre