Figurações do sujeito na escrita autobiográfica de manoel de barros
O que me intrigava, quanto a essa linha de pesquisa, era como ela era capaz de estabelecer uma relação, de forma sustentável criticamente, entre a instância narradora e o escritor que lhe deu origem. Tal conexão me parecia pouco provável, pois durante todo o curso de graduação muito se ouviu que é necessário dicotomizar esses dois pólos, pois um, necessariamente, não está condicionado ao outro. Frente a esse estranhamento tive a oportunidade de conhecer o mais recente livro de
Manoel de Barros, escritor conhecido e respeitado pela crítica, mas pouco conhecido do público em geral; a escrita desse livro joga justamente nessa linha fronteiriça entre o autor e o narrador, o empírico e o imaginário. Diante de tal perspectiva, e orientada pela Profa Raquel Souza, escolhi o corpus considerando que nele seria possível observar lacunas que remeteriam tanto ao ficcional quanto ao referencial, sem que estes se tornassem termos excludentes. O epíteto de autobiografia foi conferido à obra escolhida devido ao fato de que na sua estrutura narrativa encontram-se conjugados elementos