Fichamentos
"Há graus de esquizofrenia. Em alguns deles, com o acompanhamento médico apropriado, o paciente consegue manter uma vida normal, com estudos e emprego", afirma a psiquiatra Vânia Baggio, do Hospital Bandeirantes. A doença, que compromete o contato com a realidade, surge sem que seja possível notar algum indício prévio. Segundo a médica, o único fator que leva os especialistas a realizarem uma investigação mais cuidadosa são casos anteriores da mesma doença na família. "A gente se preocupa com a hereditariedade, mas é só. Não há testes ou um procedimento que indique a presença da esquizofrenia", diz a especialista.
Por isso, muitas vezes é difícil para a família entender as dificuldades que o paciente enfrenta. As pessoas não estão acostumadas ao comportamento estranho e nem ao raciocínio confuso, o que acaba gerando incompreensão e até brigas. Um estudo recente, divulgado pela revista médica The Lancet, mostra que a discriminação prejudica cerca de 43% dos indivíduos vítimas de esquizofrenia. E o pior: são os parentes e os amigos que encabeçam as atitudes agressivas. A pesquisa envolveu esquizofrênicos de 27 países e também revelou que a rejeição atrapalha até o desenvolvimento profissional dos pacientes, que acabam desistindo de procurar emprego com medo do preconceito na seleção.
Sinal de problema
As primeiras crises surgem quando o paciente encara os chamados fatores estressantes. Na mulher, o início da menstruação, a primeira gravidez ou o nascimento de um filho são algumas situações que tendem a desencadear a esquizofrenia. Na novela, o personagem de Bruno