Fichamento
A perspectiva enunciativa de estudo da linguagem
“O objetivo deste é (...) apresentar, em linhas gerais, o campo dos estudos da enunciação, enfocando os fundamentais epistemológicos, os principais autores e alguns conceitos fundamentais. (...).”
Os fundamentos epistemológicos do campo da enunciação
“Fuchs (1985) considera que a enunciação é herdeira, (...) da Retórica, da Gramática e, mesmo que em pequena parcela, da Lógica. A Retórica, diz a autora, “(...) se sustenta, enquanto princípio, na consideração daquilo que chamamos ‘situação de enunciação’” (...) as três grandes partes da Retórica – elocução, provas e disposição – assentam se sobre a seguinte: aquela que fala, o assunto sobre o qual se fala e aquele a quem se fala. Quanto ao sujeito, Fuchs (1985) afirma que a tradição gramatical não opera com a separação entre sujeito e a língua, nem mesmo com a separação entre a língua e o discurso. É o caso da análise feita, na Gramática de Port-Royal, da ambigüidade da preposição complexa (...). Para Fuchs, em que se tratando de lógica, os postulados da Lógica clássica são antienunciativos devido principalmente ao privilégio do ponto de vista extensional (...) – e à independência entre sintaxe, semântica e pragmática. A autora, entretanto, considera que as semânticas intencionais, que distinguem sentido e referencia, quando se dedicam ao estudo do sentido em fenômenos como os de sinonímia ou como os de opacidade (...). A Encyclopédia Philosophique Universelle (...), no verbete énonciation, diz que a abordagem enunciativa em Lingüística supõe uma relação essencial entre a língua e a fala, sendo a primeira um resultado social dos atos individuais de enunciação que são renovados a cada enunciação. (...), a Encyclopédie também remete as origens da enunciação à Retórica, especialmente, quanto à ligação entre o que é dito e a situação particular na qual o dito ocorre.