Fichamento
FAGULHA, Teresa. A meia idade da mulher
O termo meia idade da mulher, longe de não ser um período definido por meio da idade (40 aos 65 anos), aponta, a priori, para um período de tempo demarcado por demandas sociais, onde o corpo demonstra alterações biológicas que implicam numa pressa para determinadas vivências impostas culturalmente, como a impossibilidade de ter filhos ao chegar na menopausa. Para além de tudo isso, há uma vivência psicológica própria dos adultos nessa fase, visto que é o momento em que geralmente abandonam a ilusão da imortalidade, através de experiências familiares principalmente, como a perda dos pais, ou a transformação em cuidadores de quem antes lhes dava suporte, ou a perda dos filhos, em termos de independência, relacionando-se diretamente ao ciclo familiar da adultez.
Há nesse mesmo período o que comumente concebemos como crise da meia-idade, onde o adulto se vê frente a experiências já vividas e faz uma avaliação delas, além da percepção da impossibilidade de realizar alguns planos que é atribuída à perda da juventude e às mudanças biológicas. Entretanto, há que se considerar o lado positivo desse balanço que dá ao sujeito a capacidade de lidar com as mudanças e a possibilidade de reestruturação e adaptação a estas.
No que tange as particularidades da mulher, temos a menopausa como um marcador significativo da meia-idade, encerrando a possibilidade de reprodução. A forma com que as mulheres lidam, sofre influência direta da cultura em que se está inserida, entretanto, existem alterações hormonais que a deixam suscetível a determinadas alterações psíquicas, como uma maior predisposição à depressão. Essa maior predisposição pode se dar também pelo papel de gênero atribuído, que mede o seu sucesso como mulher a partir da constituição e cuidado com a família.
Este artigo foi feito como capítulo introdutório para outros artigos que se aprofundam mais no tema da meia-idade da mulher.