Fichamento
Os autores abordam neste artigo, o tráfico de drogas na periferia da cidade de São Paulo, a partir de suas capilaridades no mundo social e nas tramas urbanas, através das oscilações entre os empregos mal remunerados e atividades ilícitas, também entre o desemprego e o pequeno tráfico de rua, e, como o indivíduo se enquadra dentro desse contexto de aceitabilidade moral de suas escolhas e seus comportamentos. Nesse sentido os autores chamam a tudo isso de “bazar metropolitano”, que explicita na (p. 174) sendo “esse embaralhamento do legal e do ilegal, esse permanente deslocamento de suas fronteiras sob a lógica de uma forma de mobilidade urbana, “mobilidades laterais”, de trabalhadores que transitam entre o legal, o informal e o ilícito, sem que por isso cheguem a se engajar em “carreiras delinqüentes”. A década de 80 teve vários arranjos políticos e econômicos pelo mundo, e no Brasil não foi diferente, com a entrada do neoliberalismo difundido pela Inglaterra e os Estados Unidos tivemos desde então um emaranhado de transformações, principalmente no mundo do trabalho, como vemos na (p. 174) “fizeram por desmanchar direitos e garantias sociais, ponto de arranque da precarização do trabalho e redefinição dos mercados urbanos de trabalho. Em termos gerais, anos de reestruturação produtiva e da chamada flexibilização das relações de trabalho que terminou por esfumaçar as diferenças entre trabalho, desemprego e expedientes de sobrevivência, [...], se expande pelas vias de redes de subcontratação e formas diversas de mobilização do trabalho temporário, esporádico e intermitente, sempre nos limites incertos entre o legal, o ilegal, clandestino ou mesmo ilícito e delituoso (Ruggiero, 2000). Esses, no entanto, também foram anos que conforme os autores tomaram novos rumos